A farmacêutica Sanofi recebeu oito propostas de compra pela sua unidade brasileira de medicamentos genéricos Medley, dando início a uma disputa importante no setor farmacêutico nacional. As interessadas são Aché, Althaia, Cimed, EMS, Eurofarma, Hypera, Torrent e União Química — todas com atuação relevante no segmento de genéricos no Brasil.
Os documentos com as ofertas foram submetidos até 10 de dezembro ao banco de investimentos Lazard, que assessora a Sanofi no processo. Nesta primeira fase, o critério de seleção é estritamente financeiro, com cada empresa apresentando o valor que pretende pagar e a estrutura financeira para suportar a aquisição.
A previsão é que seis das oito interessadas avancem para a segunda etapa de negociação. Os nomes que seguirão no processo devem ser divulgados pela Sanofi até 19 de dezembro. A expectativa do mercado é de que, nessa próxima fase, os concorrentes passem por due diligence e participem de um tipo de leilão, buscando elevar o preço final sem conhecer previamente as ofertas dos rivais.
Os valores iniciais das propostas variaram entre US$ 420 milhões e US$ 450 milhões, mas pode haver incrementos na próxima fase, com estimativas que cheguem a cerca de US$ 550 milhões — ainda abaixo dos US$ 1 bilhão que a Sanofi inicialmente esperava obter.
A conclusão da transação está projetada para meados de fevereiro, seguida da aprovação pelo Cade, que pode levar cerca de um ano, o que significa que a nova proprietária poderá assumir apenas no início de 2027. A Medley projeta para 2025 uma receita próxima de R$ 1,3 bilhão e um EBITDA um pouco abaixo de R$ 200 milhões, reforçando sua relevância estratégica no mercado de genéricos no Brasil.

