Quase metade das empresas brasileiras começou 2021 com lucro inferior ao registrado no mesmo período de 2020. A conclusão é de um levantamento do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), realizado em janeiro com dados de mais de 4 mil negócios da indústria, comércio, serviços e construção. Segundo o estudo, 48% das empresas observam lucros menores, 35% declaram estabilidade e 17% disseram ter registrado lucros maiores em 2021. A intensificação da pandemia e a retirada do auxílio emergencial, na contramão da expectativa da retomada do país, são os principais motivos da piora, de acordo com o estudo.
A economia e os negócios estão diretamente ligados e são historicamente cíclicos, com momentos de altas e de baixas. É fato que a pandemia, chamado por alguns especialistas de “Cisne Negro”, termo usado por Nassim Nicholas Taleb em um de seus livros “A lógica do Cisne Negro”, intensificou os desafios das pessoas e dos negócios.
Também é fato que algumas megatendências, tendências emergentes, comportamentais e de negócios já estavam em curso e, pessoas e negócios que estavam mais atentos e “fazendo a lição de casa”, estão se saindo melhor neste contexto nacional e global.
Desafios e Oportunidades
O Brasil e o mundo estão repletos de problemas (desafios) que precisam ser resolvidos para melhorar a sociedade, o meio ambiente e os negócios – ESG
Nos últimos dois artigos, baseando-nos em estudos e iniciativas empresariais escrevemos sobre riscos e oportunidades.
No artigo “Prioridades para os Conselhos em 2021”, um estudo da ACI Institute Brasil / KPMG, mostramos 9 prioridades ou desafios que os conselhos/gestores precisarão olhar em 2021. Já o artigo seguinte, “Negócios em 2021, o recomeço de uma nova e real era“, com uma visão mais otimista, apresentamos a importância da empatia nos momentos de crise, especialmente a atual crise pandêmica, e as perspectivas futuras alinhadas ao propósito.
Mais o que queremos dizer com isso?
Queremos dizer que negócios são idealizados, planejados, desenvolvidos e melhorados por pessoas que, dentre as muitas competências que precisam ser habilitadas no contexto atual e futuro, duas são essenciais para manter resultados em tempos de certezas e incertezas. Essas competências são: Equilíbrio e Disciplina.
Temos notado empresários, gestores e empresas com capacidades altíssimas de fazerem a diferença na vida das pessoas, no meio ambiente, gerando valor e resultados sustentáveis para todas as partes interessadas. Porém, quando começamos trabalhar temas de gestão & governança, evidenciamos padrões comportamentais e técnicos que precisam ser melhor organizados.
O Equilíbrio é a base para tomada de decisão. O estudo apresentado no início deste artigo, exemplifica a importância do equilíbrio para superar resultados adversos (baixos lucros), que afetam as expectativas do empresário/gestor e as necessidades da empresa para cumprir com suas obrigações. Isso pode prejudicar decisões racionais importantes neste momento desafiador.
A Disciplina potencializa a capacidade de fazer o que tem que ser feito, provendo o hábito e execução. A disciplina, aliada a organização, tem a função de ajudar a antever boa parte dos riscos e oportunidades, potencializando o equilíbrio. Ela deve estar em toda empresa, nos processos administrativos, operacionais, terceirizados, etc. A disciplina provê capacidade de olhar para questões como:
- Inovações e novas tecnologias;
- Melhorias administrativas e operacionais;
- Cuidar das pessoas;
- Alinhamentos entre sócios;
- Boas relações e tempo para questões pessoais e familiares;
- Etc.
A disciplina também significa renunciar a coisas que gostamos e sabemos que fazemos melhor que outras, para fazer o que precisa ser feito naquele momento, como por exemplo, colocar a empresa novamente na direção certa, para voltar a crescer de forma sustentável.
A Brasil Valuation entende que sim, Equilíbrio e Disciplina continuam sendo essenciais para resultados consistentes e de longo prazo nos negócios.